sábado, 19 de setembro de 2009

Saudade de mim, ávido de futuro!
Ansioso por cada nascer da aurora…
De esperança, cheio e seguro,
Ainda que fosse longa a demora
Por, meu destino, se fazer maduro,
Por se fazer certa a minha hora!

Saudade de mim, grávido de manhãs!
Pai de mil e um sonhos auspiciosos,
Que nunca deixaram tornar-se vãs
As agonias de dias caprichosos…
E que sempre impediram as cãs
De surgir por motivos perigosos…

Saudade de mim, que triste me faço!
Como num nevoeiro, perdido da fé…
Espelho que só reflecte, por ser baço,
A sombra de um alguém que já não é,
E que, a si mesmo, armou o vil laço
De, cego, sua sorte julgar e fazer ré!