sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

De palavras não escritas estou eu cheio:
Retratos de meu tumulto por revelar…
Mudez mentirosa que me faz alheio
Do cuidado que o mundo me podia dar!

Partes de mim sem testemunho de vida,
Nados-mortos sepultados em falsa paz…
Verdade que embora desconhecida
Vive tão forte quanto infeliz me faz!

E é no meu olhar calmo e ameno –
Disfarce de quem se quer mostrar sereno –
Que carrego o peso de quem não folga…

Pois prefiro afogar-me a ser pleno!
Prefiro teimar em me fazer pequeno,
A quem já pouco, neste mundo, empolga…