segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Auto-retrato

De óculos, eu me visto
Para atenuar a cegueira,
Mas ainda assim insisto
Em, de cego, fazer carreira!

Do cabelo… já resta pouco,
E descobre-se-me a careca:
Que não passo de manso louco,
Que, à chuva, dela se seca!

(cego e louco, lá vou vivendo,
embalado no amor divino…
à espera que vá crescendo,
o que, em mim, teima ser menino…)