sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Vem cá, falar comigo! E, por favor, traz contigo o teu carinho que me embala… o calor e a doçura que não me deixam sozinho, a brandura com que tua alma me fala… Vem cá, soltar-me do nó que me tem apertado! Fazer o meu canto mais ligeiro e menos fado… limpar-me das cinzas e do pó das saudades que guardo… Vem cá, enquanto é hora! Enquanto está fresca a pintura do teu cheiro, e, em mim, o seu efeito se demora… enquanto há cura para este mal que, assim, sem dó, me castiga e devora… Vem cá, não tenhas medo! Que, sem teu sal, eu me faço insosso, acre e azedo… (se quiseres, para que ninguém te persiga, até podes vir em segredo…) Vem cá, onde te espero na margem da esperança! Onde quem passa renova a fé e restaura a confiança… onde se faz mais perto o que a vontade, só por si, não alcança…