segunda-feira, 3 de novembro de 2008

De graça me foi dado,
De graça o dou de volta...
Por não ser meu, só emprestado,
O que, de meu íntimo, se solta!
Há-de ser pequeno e ignorado
O que o meu silêncio peneira,
Por não ter grave voz, pobre coitado,
O silêncio que, de mim, s’abeira!
Segredo meu, em traços revelado,
Por entre dores de parto emudecidas,
Vai, noutros lábios, ser suspirado
E, fazer de outros, as penas tidas…